Introdução
Há 75 anos, os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer de fato o novo governo israelense quando o Estado judeu declarou independência em 14 de maio de 1948. No entanto, a trajetória das relações bilaterais nem sempre foi marcada por essa forte aliança militar e diplomática. Ao longo das duas primeiras décadas pós-independência, a França desempenhou um papel crucial como aliada primária de Israel, fornecendo armamentos essenciais e até mesmo construindo a planta nuclear que culminou no desenvolvimento de armas atômicas por Israel.
Mudanças nas Relações: Da França para os Estados Unidos
O cenário começou a mudar nas tensões prévias à Guerra dos Seis Dias em 1967, quando a França impôs um embargo de armas à região. Os Estados Unidos, inicialmente hesitantes sob a administração de Lyndon Johnson, reavaliaram sua postura após a vitória impressionante de Israel na guerra, decidindo então aumentar as vendas de armas, incluindo caças Phantom.
Lyndon Johnson comprometeu os Estados Unidos a manter a "vantagem militar qualitativa" de Israel, abrindo as portas para décadas de vendas de armas que solidificaram a posição militar de Israel no Oriente Médio.
Desenvolvimento Nuclear e Diplomacia
Na década de 1950, a França construiu uma instalação nuclear em Dimona, no deserto do Negev, fornecendo a Israel as ferramentas básicas para desenvolver armas nucleares. Apesar das garantias israelenses sobre propósitos pacíficos, a CIA concluiu em 1960 que a planta seria usada para a produção de plutônio para armas. A administração Johnson, inicialmente exigente, acabou cedendo, e as inspeções foram interrompidas em 1969.
A Busca por Acordos de Paz
Durante a Guerra do Yom Kippur em 1973, o presidente Nixon ordenou um envio maciço de suprimentos militares a Israel. O desejo de limitar as perdas egípcias, evitar a intervenção soviética e fortalecer a influência americana sobre Anwar Sadat pavimentou o caminho para os Acordos de Camp David em 1979, culminando no tratado de paz entre Israel e Egito.
As iniciativas de paz, no entanto, enfrentaram desafios. O presidente Bill Clinton quase alcançou um acordo em Oslo em 1993, mas o assassinato de Yitzhak Rabin e a ascensão de Benjamin Netanyahu marcaram retrocessos. George W. Bush lançou sua "road map", mas as ações de Ariel Sharon minaram o processo.
Relações com Presidentes Americanos Contemporâneos
As relações entre Israel e o presidente Barack Obama foram tensas, apesar do maior pacote de ajuda militar da história dos EUA. Netanyahu discordou abertamente de políticas, incluindo o acordo nuclear com o Irã.
Com Donald Trump, houve uma reviravolta. O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e os acordos com países árabes fortaleceram a posição de Trump em Israel, embora suas políticas tenham gerado controvérsias globais.
Conclusão
A complexa história das relações entre os Estados Unidos e Israel reflete mudanças políticas, desafios diplomáticos e a busca incessante por estabilidade na região. A evolução desses laços influenciou não apenas as dinâmicas no Oriente Médio, mas também moldou as estratégias de políticos americanos ao longo das décadas.